5 boas razões para se hospedar num albergue

Sala comum em albergue

O primeiro albergue da juventude nasceu na Alemanha, em inícios do século XX. A idéia foi do professor Richard Schirmann, que costumava realizar pequenas viagens de estudos com seus alunos. Tentando descobrir uma alternativa mais barata para as hospedarias, eis que surge a idéia de aproveitar escolas vazias para os jovens pernoitarem. O professor acabou abrindo o albergue em sua própria escola, no período de férias. A idéia deu tão certo que, em 1912, o albergue foi transferido para o castelo de Altena, na Alemanha, e funciona até hoje.

Desde então, o conceito espalhou-se pelo mundo e o resultado é que, hoje, existem milhões de albergues espalhados pelo mundo todo e dos mais diversos tipos: simples ou luxuosos, normais ou estranhos, antigos ou modernos, urbanos ou campestres, calmos ou badalados, da moda ou old-fashioned. No entanto, houve uma diversificação do público adepto à esta modalidade, e agora é possível ver pessoas de todas as idades, profissões e classes sociais hospedando-se nestes estabelecimentos.

Assim, para o turista que prefere economizar em diárias de hospedagem, para poder investir mais em passeios e diversão, e ainda ter a chance de fazer amigos, aqui vão cinco boas razões para optar pelos albergues:

1º As diárias de albergues são muito mais baratas. Estudantes, professores e jovens podem conseguir descontos ainda maiores nas estadias

Quartos coletivos em albergues são sinônimo de baixíssimo custo. Com algumas exceções, mesmo para os que optam por quartos privativos, ainda assim vão pagar menos do que se tivessem optado por um hotel. Estudantes, professores e jovens conseguem descontos ainda maiores nas diárias. Para isso, basta apresentar nos estabelecimentos, respectivamente, a carteira de estudante, a carteira do professor ou o jovem card. Este último – o jovem card – pode ser adquirido por qualquer pessoa, estudante ou não, desde que tenha menos de 26 anos. Além de reconhecidos em mais de 90 países pela UNESCO, e milhares de estabelecimentos mundo afora, o porte destes documentos garantirá inúmeros descontos, benefícios e vantagens, tanto no Brasil como no exterior. Além da estadia, também pode-se conseguir descontos em eventos, teatro, cinema, nas visitas às atrações locais, nas tarifas para ligações internacionais, aluguel de carros, participar de promoções para passagens aereas, dentre outros. Para maiores informações, acesse o site do International Student Identity Card (ISIC) – que disponibiliza os três tipos de carteira – e faça sua solicitação on-line.

2º Muitos ficaram chiques, mas sem a pomposidade de um hotel

Foi-se o tempo em que albergue era sinônimo de redutos estudantis barulhentos, dormitórios cheios de gente, salas comuns com sofás semi-destruídos, paredes descascando e banheiros mal-cuidados. Apesar de alguns ainda casarem com esta descrição, a maioria não decepciona. E, muito pelo contrário, superam todas as expectativas.

De alguns anos pra cá, para mudar a imagem de ‘pulgueiro’, os albegues passaram a investir em infraestrutura, sendo que muitos podem até ser classificados como ‘chiques’, mas sem o ambiente mais sério e pomposo de um hotel.

Hoje, a infraestrutura mínima de um albergue inclui – além de camas e banheiros limpos – bibliotecas que contam com um bom acervo (quase sempre), computadores com acesso à internet, cozinhas self-service bem equipadas, lavanderias com máquinas de lavar e secar e salas comuns ‘estilosas’ ou, no mínimo, aconchegantes. Outros vão além e oferecem café da manhã, áreas de churrasco, salas de jogos, cyber cafés, bares, entretenimento para os hóspedes (karaokê, Dj`s), estacionamento, reservas de passeios, compra de passagens, aluguel de bicicletas e uma infinidade de outros serviços. Existem também os totalmente inusitados, como o Jumbo Hostel, que é um Boeing aposentado e transformado em albergue, em Estocolmo, Suécia, ou o HI Ottawa Jail`s Hostel, um prédio vitoriano onde funcionou uma prisão por mais de 100 anos (1862-1972), e teve suas celas reformadas e transformadas em quartos, em Ottawa, Canadá.

Dormitório em albergue

3º A maioria possui também quartos e banheiros privativos

Quando surgiram, os albergues contavam apenas com quartos coletivos onde era possível acomodar até 20 pessoas. Com o passar dos anos, os grandes dormitórios tem ficado menores (máximo de 10 pessoas por quarto) e surgem as opções de quartos individuais, duplos (casais) e quádruplos (família ou grupos). Mesmo um pouco mais caros do que os coletivos, são perfeitos para quem não abre mão da privacidade e, ao mesmo tempo, quer ter uma experiência diferente e mais à vontade. Ultimamente, por conta da mudança do perfil da clientela, a procura por quartos privativos tem aumentado bastante.

4º Entrou na lista de preferências de famílias, idosos e homens de negócios

Além dos estudantes, os albergues passaram a atrair um outro tipo de público – famílias, idosos e homens de negócios – todos atraídos pelos preços mais acessíveis e também porque preferem o aspecto social do albergue à cultura mais séria dos hotéis.

5º Possibilita o contato entre as pessoas, a troca de experiências e pode até render um futuro companheiro de viagem.

O principal objetivo deste esquema é o intercâmbio cultural. Num ambiente projetado para estimular o espírito comunitário, facilitado pelas áreas comuns – salas de TV, salas de jogos, bares e por aí vai – tem-se a oportunidade de conhecer pessoas de todo o mundo, fazer amizades e até encontrar companheiros para a sua próxima aventura. Além do mais, quem melhor do que aqueles que lá chegaram antes de você para passar dicas de passeios e visitas aos principais pontos turísticos, como também informações sobre aqueles lugares mais escondidos, sequer mecionados nos guias de viagem, mas que vale a pena conferir?

Informações adicionais

Com todos estes bons motivos, não tem porque não se hospedar em albergues na sua próxima viagem. Só para reforçar, grande parte dos albergues na atualidade correspondem à esta descrição. Entretanto, alguns ainda não adotaram os requisitos mínimos, principalmente no que respeita à limpeza e aos serviços de atendimento ao cliente. Portanto, nunca é demais informar-se (bem) sobre a situação de cada um deles.

Existem também vários outros fatores que devem ser levados em conta; apesar de obedecerem mais aos gostos pessoais, não são menos importantes. Por exemplo, se você é adepto de lugares tranquilos, não desejará ficar em um daqueles albergues do tipo ‘baladeiro’, onde as festas rolam dia-e-noite. Também tem a questão preço, e isso dependerá de quanto está disposto a gastar. Mesmo mais baratos no geral, existem albergues onde um quarto privativo custará o mesmo ou mais caro que um quarto de hotel (mesmo que de um hotel barato, claro). Quanto aos dormitórios coletivos, estes podem ser para mulheres, homens ou mistos. O problema dos dormitórios mistos é que, para algumas mulheres, por exemplo, ver um homem entrando no quarto enrolado apenas em uma toalha e trocando de roupa na sua frente, poderá causar algum constrangimento. E, sim, isto é permitido – espécie de ‘regra implícita’ da casa, não adianta reclamar depois.

Assim, antes de fazer sua reserva, informe-se sobre as instalações, regras (explícitas ou não) e que tipo de público (estudantes, famílias, idosos, homens de negócios ou um mix de todos eles) frequenta os albergues onde você pretende se hospedar. Vale a pena registrar-se em fóruns de discussão na internet, visitar os websites que tratam especificamente do tema, blogs de viajantes e, caso tenha a oportunidade, peça a opinião de um amigo que já os frequentou. Informação nunca é demais. Isso pode evitar muitos transtornos e, como se diz por aí, minimizar os riscos de se “comprar gato por lebre”.

A carteira de alberguista

Existem dois tipos de carteiras de alberguista: nacional e internacional. Para saber qual das carteiras se encaixa no seu perfil de viajante e como adquirí-las, é só visitar o site da Federação Brasileira dos Albergues da Juventude. Entretanto, carteiras de alberguistas não garantem descontos na hospedagem. Se tiver de optar, dê preferência às carteiras de estudante.

Reservas

Já reuniu bastante informações e agora é chegada a hora das reservas? Então, aqui vai a dica de alguns websites onde é possível fazer reservas online, em milhares de albergues no mundo todo, além de contar com descrições sobre cada um dos estabelecimentos: Hostelsclub e Hostelworld.

Fotos: nest hostels, dennis.tang no Flickr

Autor: Miriam Waltrick

Blogger na rede The Diktyo SL.Jornalista Freelance e Escritora.Curso Sequencial de Marketing pela Universidade do Sul de Santa Catarina.Curso de Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina.Formada em História pela Universidade Federal de Santa Catarina.

4 comentários em “5 boas razões para se hospedar num albergue”

  1. Miriam. Artigo muito pontual, claro e rico em informações. Excelente¡¡ Não precisei nem de outro texto-web para complementar o entendimento¡¡
    Parabéns pela escolha do tema e pela forma que abordou o assunto ¡¡ Excelente. Abraços.

    1. Oi Raquel! Fico feliz de ter ajudado. Albergues são uma ótima opção para quem está sem muito dinheiro, além de ser uma excelente oportunidade para se fazer amizades mundo afora. Abraços.

  2. Caro Miriam eu ler o seu blog dos 5 boas razões para ir para um albergue de joventute e eu estava convencido de todas as vantagens.
    Meu filho quer fazer uma viagem com um amigo, então eu recomendei-o a ler os seus comentários e pode dormir em uma pousada com todas as comodidades e também para conhecer pessoas. Muito obrigado pelo seu trabalho.

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