Toulouse, la Ville Rose de França

Rio Garona em Toulouse

Localizada a sudoeste da França, às margens do Rio Garona, sua história remonta ao ano 300 a.C, quando tribos gaulesas dominavam a região. Perderam o seu controle quando esta foi tomada pelo Império Romano do Ocidente. De 407 a 409 d.C, por conta da invasão dos vândalos à Península Ibérica, os romanos tiveram de recorrer à ajuda dos visigodos. Vencidos os vândalos, o território situado na Gália de Aquitânia foi cedido pelos romanos, a título de recompensa, aos visigodos. Logo tornaram-se uma potência e tinham seu centro administrativo localizado em Toulouse. Conquistaram sua independência em finais do século V, para então perdê-la em inícios do século VI para os francos.

Mas o Condado de Toulouse teve sua fundação apenas em finais do século VIII. Depois de prestar vassalagem à diversos reinos durante sua história, em 1271 foi definitivamente integrado à França, através da assinatura do ‘Tratado de Meaux-Paris’, entre o Reino da França e o Condado de Toulouse.

Atualmente, é por conta de sua fascinante coleção de monumentos históricos, museus e galerias de arte que Toulouse tornou-se um dos destinos mais populares da França. Para iniciar sua visita à cidade o ideal é começar pela Praça do Capitólio (Place du Capitole). Além de ser o centro geográfico da cidade, também é a partir daí que grande parte das principais avenidas irradiam-se para o interior da cidade. A Praça é uma imensa esplanada com diversos cafés e milhares de pessoas transitando continuamente. Seu principal monumento é o Capitólio, prédio rosado onde fica a sede da prefeitura. É uma belíssima construção de estilo neoclássico. A atual fachada data de 1750, mas alguns cômodos no seu interior remontam ao século XVI. Você poderá apreciar obras de pintores do século XIX, como as de Jean Paul Laurens e Henri Martin. Além da câmara munipal, o prédio ainda abriga uma Ópera e uma Orquestra Sinfônica.

Saindo do Capitólio, você poderá dirigir-se a um dos monumentos mais expressivos de Toulouse – a Basílica de St-Sernin. O nome desta igreja é uma homenagem a um santo chamado Saturnin (Sernin é diminutivo de Saturnin), primeiro bispo de Toulouse, morto em 250 d.C pelos romanos. Dizem que foi amarrado a um touro e arrastado até o lugar onde hoje encontra-se a basílica. O lugar onde expirou tornou-se local de peregrinação e, por conta disso, no século V foi construído uma primeira igreja em sua homenagem.
Mas a construção romanesca que hoje temos o privilégio de admirar, teve sua construção iniciada no começo do século XI e concluída apenas no século XIII
. Sua elevação à categoria de Basílica foi no ano 1878.

Movimentado centro de peregrinação durante a Idade Média, a Basílica de St-Sernin foi integrada, como um dos marcos, à rota de peregrinação do Caminho de Santiago de Compostella.  No seu exterior, impressiona a Porte des Miégeville, com imagens de temática bíblica esculpidas acima da entrada, elaboradas entre os anos de 1110 e 1115 d.C. No interior, visite a cripta onde os santos, como St Sernin e St Honoratus, foram sepultados, bem como vários bispos que sucederam St Sernin. E na cripta inferior, além de pratarias, estão guardadas seis estátuas dos apóstulos em madeira policromada.

Basilica de Saint Sernin

Próxima à Basílica de St Sernin encontra-se o Museu Arqueológico  de Saint Raymond, com a exposição de relíquias das Idades Antiga e Média. Inclusive, o museu é mundialmente conhecido por abrigar uma impressionante coleção de esculturas romanas, incluindo relevos dos Trabalhos de Hércules e uma galeria de imperadores, dentre muitos outros. E no Museu de Belas Artes de Toulouse (Musée des Augustins), instalado em um Mosteiro construído em inícios do século XIV, você poderá admirar uma vasta coleção de esculturas romanescas e góticas, bem como obras de arte de pintores dos séculos XVI ao XVIII, como Perugino, Rubens, Van Dyck e Bourdon, e do século XIX, como Delacroix, Ingres, Corot e Courbet.

Já o Museu de História Natural de Toulouse guarda uma coleção de aproximadamente 500 mil peças, com exibição de esqueletos de espécies de animais pré-históricos e jardins botânicos onde aprende-se um pouco mais sobre a vida das plantas. Também em exposição estão espécies curiososas de plantas, como as carnívoras e aquelas que não tem contato direto com o solo.

Polo científico e tecnológico, Toulouse celebra sua vocação através da Cidade Espacial (Cité de l’espace), uma espécie de parque temático dedicado às conquistas espaciais. Atrações interessantes é o que não faltam, tanto para adultos quanto crianças. Dentre outras, terá a oportunidade de entrar na nave espacial chamada Soyuz e ainda conhecer a réplica da estação espacial russa Mir. O Planetário, equipado com uma tela circular de 360⁰, fará com que se sinta em pleno espaço sideral. Para as crianças, a ‘Praça dos Pequenos Astronautas’ é diversão garantida. E o Stellarium é um planetário para crianças bem jovens e onde lhes é contada fascinantes estórias, que tem como objetivo introduzí-los no mundo mágico do estudo das estrelas e das descobertas das constelações.

Mas a Ville Rose também conta com outros atrativos que incluem caminhadas pelas largas e arborizadas avenidas da cidade, onde pode-se encontrar diversas lojas para umas compras; áreas verdes, parques e inúmeros jardins, que sugerem um piquenique ou um banho de sol; e passeios às margens do rio Garona para beber um drink ou apenas relaxar enquanto assiste ao pôr do sol. E, aliás, se for verão, as margens do rio viram ‘praias’ bastante frequentadas. Também é durante a temporada que acontece um famoso festival de música chamado ‘Rio Loco’. E não esqueça de tirar umas fotos na travessia da Ponte Neuf, que liga as margens do rio.

Além do Garona, também corta a cidade de Toulouse o curso artificial marítimo chamado Canal du Midi, com 240 Km de extensão e liga o Mediterrâneo ao oceano Atlântico. Foi inaugurado em 1681 com o objetivo de transportar mercadorias com mais segurança. Atualmente, apenas embarcações turísticas navegam por ali. Algumas empresas oferecem passeios de barco ao longo do canal ou cruzeiros que passam por várias outras regiões e cidades francesas. Em 1996 foi classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

A cidade também oferece miríades de opções para aqueles que estão atrás de um agito noturno. Quando chegamos, a impressão é a de que se está diante de uma cidade totalmente provinciana e do tipo que se recolhe cedo. Mas o cair da noite prova o contrário. Para começar, os bares e casas noturnas estão sempre lotados, mas não só pelo povo local. Aliás, nestes lugares o que mais se costuma ouvir são línguas estrangeiras. Algumas boas opções são o bar La Bodega e a casa noturna Disco le Maximo. Mas para quem quiser curtir uma noite mais tranquila e cultural, a cidade dispõe de uma agenda que inclui espetáculos musicais, teatrais e de dança, além de restaurantes e bistrôs que oferecem pratos da típica culinária francesa.

O povo de Toulouse, em geral, não fala outra língua além do francês. Entretanto, e muito diferente de seus vizinhos parisienses, o tratam de forma amigável e farão de tudo para que você se sinta confortável. Mas é bom providenciar um dicionário com frases-chave (phrasebook).

Para informações sobre acomodações e reservas online, acesse diretamente o site oficial de turismo de Toulouse.

Fotos: Sylvie_L, Mr. History no Flickr

Couchsurfing

Reunião couchsurfing

O Couchsurfing [‘surfando no sofá’, em tradução livre] é uma das grandes tedências mundiais em turismo e ganha cada vez mais adeptos. Para quem ainda não ouviu falar, a comunidade couchsurfing funciona na internet e coloca em contato viajantes do mundo inteiro. O objetivo dos que se cadastram nesta rede de relacionamentos é, por um lado, conseguir se hospedar a custo zero na casa de um dos adeptos desta modalidade de hospedagem e, por outro, também disponibilizar um lugar em sua própria casa para outros viajantes.

Criada por um norte-americano em 1999, hoje conta com mais de 2 milhões de membros dispostos a compartilhar sofás e experiências. Em linhas gerais, funciona da seguinte forma: depois de criar um perfil no site, pesquise por um membro que ofecereça hospedagem na cidade que pretende visitar. Escreva uma mensagem à ele perguntando sobre a possibilidade de um sofá vago e aguarde a resposta. Por outro lado, mesmo não sendo obrigado, você também tem a opção de oferecer um sofá para outros couchsurfers. Questão de cortesia com outros que já o hospedaram.
A proposta da comunidade de surfistas de sofá, assim como a dos albergues, é a de conectar pessoas de diferentes culturas e origens. A única diferença é que o couchsurfing promove o intercâmbio cultural sem cobrar diárias de hospedagem.

Ficou interessado? Então aqui vão algumas dicas:

Crie um perfil com informações detalhadas sobre você e inclua muitas fotos

Um perfil com muitas fotos (suas e do lugar onde vive) e informações completas e honestas (preferências e interesses) fará aumentar consideravelmente suas chances de conseguir alguém para hospedá-lo e, caso esteja disposto a receber hópedes, de evitar pessoas incompatíveis. Não sabe exatamente o que escrever? Uma dica é visitar outros perfis e tomar como modelo aqueles que mais o interessaram.

Antes de aceitar um pedido de hospedagem ou de se hospedar na casa de alguém certifique-se de que são pessoas confiáveis

O site couchsurfing tem o mesmo estilo de funcionamento de um E-Bay ou Mercado Livre. No perfil é possível saber que tipo de referências – positivas, neutras ou negativas – o membro já recebeu, tanto na condição de surfista como na de anfitrião. No geral, os motivos negativos alegados não são realmente graves e, sim, relativos. Caso contrário, teriam sido banidos da comunidade. Se você for um não-fumante, por exemplo, não vai gostar de chegar em casa e sentí-la impregnada pelo cheiro de fumaça. Mas se você for (um fumante), provavelmente não se importará. Portanto, o conceito de ‘negativo’ pode variar. Cabe a você decidir o que é ou não aceitável. Mas é muito difícil de encontrar referências negativas. Isso se deve ao fato de que quem dá uma referência negativa pode sofrer retaliação depois. Outra dica para conseguir informações é acessar os ‘amigos’ listados no perfil do membro. Estas pessoas já se conheceram pessoalmente e, portanto, podem passar o atestado de credibilidade.

Você pode começar a construir sua reputação oferecendo um sofá

Sem que tenha, pelo menos, algumas referências a seu respeito, a partir da opinião de outros membros, é difícil que alguém aceite hospedá-lo. Esta modalidade pressupõe confiança mútua. Além do lugar para ficar, muitas vezes o anfitrião oferecerá as chaves de sua própria casa aos hóspedes. Portanto, é uma questão de segurança. No entanto, ao oferecer um sofá, além de poder escolher os seus hóspedes, sua reputação começará a ser construída a partir da opinião deles.

Para informações mais detalhadas sobre a comunidade e como funciona, acesse o site do Couchsurfing. A maior parte das informações está em inglês e não tem tradução para o português. Então, caso você resolva aderir à comunidade, está aí uma ótima oportunidade de começar a aprender ou a desenferrujar seu inglês.

Foto: Ramon Stoppelenburg no Flickr

Troca de casas é uma das modalidades de hospedagem que mais crescem no mundo

Casa da praia

A troca de casas como alternativa de hospedagem já existe há alguns anos. Entretanto, sem a ajuda do mundo virtual, a disseminação da proposta ficava restrita à circulação de pesados catálogos, onde os anúncios das trocas eram impressas. A internet facilitou a divulgação desta idéia, que logo ganhou milhares de adeptos no mundo todo. Hoje são vários websites que oferecem esse serviçoTrocacasa, Brazil.homelink e Home for exchange –, só para citar os mais famosos.

Mesmo sendo novidade para muitos brasileiros, nos Estados Unidos e na Europa a troca de casas já conta com uma multidão de seguidores. E estes adeptos são, na sua maioria, famílias, empresários, advogados, médicos, aposentados, recém-formados. Geralmente são pessoas que possuem bom nível de educação e, é claro, um objetivo comum – conhecer novos lugares e culturas sem terem de se sentir ‘turistas’.

Para realizar a troca de casa, você só tem que se cadastrar no website especialisado que mais lhe agradar, pagar uma pequena taxa de adesão e publicar a sua oferta. Faça constar no seu perfil uma breve descrição pessoal, seu destino favorito, o que você oferece e o que você deseja, além de fotos da sua casa (interior e exterior) e, se possível, também dos arredores. O passo seguinte é fazer a busca por uma oferta, de acordo com o país ou cidade que pretende visitar, e enviar um e-mail com a sua proposta.

Apesar de muitos ficarem preocupados com a questão de ‘ter um estranho em casa’, todos os sites de intercâmbio de casas afirmam que, até hoje, jamais houve qualquer problema de roubo ou vandalismo. De qualquer forma, todos fazem recomendações. Troca de e-mails, conversas pelo telefone e a apresentação de fotos recentes, tanto dos donos da casa como da propriedade, são as formas mais seguras de se evitar futuras decepções, devido à falsas expectativas (prometer mais do que pode oferecer). Se possível, ou se achar necessário, peça referências de trocas previamente realizadas.

Durante a conversação não tenha receio em especificar o que deseja e de colocar limites ao que pode oferecer. Quando se sentir completamente satisfeito com o acordo, prepare um documento por escrito. Os modelos do acordo são fornecidos pelos próprios sites onde você se cadastrou.

O tempo das trocas depende do que foi acordado entre os membros. Geralmente, dentro de um mesmo país, varia entre uma e duas semanas. Para as trocas entre países, de uma semana a um mês. Na verdade, não existe um limite. Se a casa é sua, você decide. Caso tenha decidido fazer uma viagem com duração de alguns meses, por exemplo, os intercambistas podem se revesar na sua casa, enquanto você se hospeda nas deles.

Um último detalhe a ser considerado seria o caso de você não falar o mesmo idioma que o interessado na sua casa. A sugestão é que você utilize as traduções automáticas na internet para as as suas mensagens. O resultado poderá não ser muito bom, mas o sentido geral entende-se perfeitamente. Para as conversas telefônicas, peça ajuda de um amigo. Caso não encontre alguém,  procure um intérprete profissional. Afinal, trata-se de evitar qualquer mal entendido.

Nesse tipo de troca pode-se economizar muito dinheiro e, assim, aproveitar muito melhor tudo o que o lugar escolhido para passar as férias tem para oferecer. E para que o intercâmbio seja justo e todos saiam satisfeitos, não importa se você vive em uma mansão, em um pequeno apartamento ou em uma casa alugada; o importante é que exista algum conforto para oferecer.

Foto: skagman no FlickrCasa