Guaraiuva e Lopo, as rochas do paraíso perdido

Natureza em Guaraiuva

Em um mundo tão moderno e habitado como o estado de São Paulo é difícil imaginar a existência de um lugar vazio com magníficas paisagens naturais e clima definitivamente agradável. Lá, é muito mais fácil encontrar um cachorro andando nas estradas de terras cercadas por cavalos amarrados em longas e abundantes árvores, mais ou menos como nos filmes de velho oeste, do que pessoas andando. São cidades “fantasmas”.

Vale notar que mesmo depois do advento da internet e de toda informação que ela agrega, não existem mais de cinco sites que dissertam ou descrevem muito bem o local. Algo único na internet mundial. Um grande exemplo de como o lugar está localizado e isolado aos olhos comuns, um ambiente extremamente particular e pessoal. Nem o Google chegou lá direito.

Diante uma vasta vegetação em um clima tipicamente tropical, um conjunto de serras forma a grande e onipresente montanha que é, sem dúvidas, a marca registrada do lugar. Existem diversas rochas distribuídas ao redor. As maiores possuem nomes como a “Pedra de Guaraiuva”, ou a Pedra do “Lopo”, que representam alguns dos nomes dos bairros que cercam o grande elevado de base extensa regido por séries de montes.

O município de Vargem encontra-se perto de Extrema (MG) e Joanópolis (SP) a 100 km da capital paulista. O nome Guaraiuva nasceu da junção do lobo guará, muito natural na região, e da “uva”, uma dos destaques da produção da região.

Junto com os lobos, podemos encontrar outras diversas espécies de animais: Borboletas, espécies de pássaros em abundância, répteis, sapos, rãs, tatus, morcegos e, claro, cães – o local é conhecido como Guaraiuva City Dog, algumas porções de terras particulares possuem até dez cães. A população canina ultrapassa, em larga escala, a humana.

A temperatura do ambiente beira a perfeição. A maior parte do dia é ensolarada. De noite nunca é abafado, sempre fresco. Porém, vale frisar que nos períodos quente o calor é bem alto, assim como nas épocas fria. Uma mágica sensação no ar. O tempo em que a vida passa parece ser mais curto. Aqui se vide muito mais os dias.

Às vezes existe presença de motanbikes nas inúmeras pistas de terras, um dos poucos barulhos gerados pelo homem. Nas serras da montanha existem algumas trilhas que levam ao grande topo onde raramente encontram-se alguns pequenos acampamentos. Vale ressaltar que oficialmente, no bairro de Guaraiuva especificamente, só existe uma pousada, o resto é território particular.  Por isso, quem almeja se abrigar deve seguir para o bairro do Lopo.

O principal acesso para o conjunto de serra fica na Estrada Municipal entre Serras e Águas. Porém, uma grande discussão, hoje em dia, toma a tona do lugar. Afinal, ele é ou não é particular?

A verdade é que ninguém sabe ao certo. Durante muito tempo, nunca ouve reclamação de posse sobre a parte serrana, sempre livre para qualquer um usufruí-la. Porém, hoje em dia já existe uma fazenda particular que fica entre o principal acesso das serras e a Estrada Municipal. Algumas pessoas conseguem entrar sem serem vistas e prosseguem à cima, outros já são barrados logo na entrada.

Estar no topo é indescritivelmente incrível. O fotógrafo Alex Marcelino Lisboa diz que “no cume do Lopo você consegue ver o Guaraivua, e a linha é bem visível, só existe um caminho, mas estamos falando de uma caminhada forte de umas duas ou três horas. E mesmo sendo por cima não seria legal entrar no quintal das pessoas sem autorização, pode ser que você vá até a pedra e fique de boa, mas vai saber, eu não aconselho a ida por cima. Até por que no meio do caminho entre Lopo e Guaraiuva existem outras pedras no caminho bem legais e com certeza você vai querer parar por lá. Ainda mais se a sua intenção for escalar, pois bem no meio do caminho tem uma falésia muito bonita na beira do penhasco com um visual alucinante”. Sem contar as cachoeiras e pequenas grutas encontradas na travessia.

O assunto já virou caso policial. Porém, a maioria das pessoas diz que a terra ainda é particular e que o tramite pública para o Município adquirir a terra ainda será longo. De certa forma, só a visão privilegiada que os bairros ao redor oferecem deste fenômeno paradisíaco silvestre já pode ser considerável impagável. Uma idéia que pode dar certo é dialogar com o proprietário da região antes de adentrar. Dizem que ele aceita fazer negócios, ou até mesmo libera a entrada gratuitamente, dependendo dos objetivos que lá em cima serão cumpridos. O mistério e a aventura já começam ai!

Foto: cicer_souza_uk no Flickr

Autor: Renato Duarte Plantier

Redator na rede de blogs The Diktyo SL. Coproprietário e Redator de blogs informativos em AsemioticanaWeb

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