A Festa do Sol, uma das atrações turísticas do Peru

Fortaleza de Saccsayhuaman, Festa do Sol

No Brasil, junho é época da quadrilha e da fogueira. No Peru, a festa tem também a ver com fogo, mas, neste caso, o do astro rei. Em 24 de junho, a cidade de Cusco pára para celebrar a Festa do Sol, ou Inti Raymi. A data marca o solstício de inverno — o dia mais curto do ano, e a celebração reúne centenas de atores na Fortaleza de Saccsayhuaman, uma monumental ruína inca, localizada ao norte da cidade.

A festa é hoje uma das maiores celebrações populares do país. A cerimônia marca o início de dias de festejos, valendo montar um cuidadoso itinerário pelas ruínas incas ainda preservadas. Uma boa sugestão, apesar do frio do inverno, é subir até Machu Picchu, a cidade sagrada peruana.

Conta a tradição que antes da chegada dos espanhóis, os incas reverenciavam o deus Sol. A festa acontecia no dia 22 de junho, justamente no solstício, para garantir que suas terras não se afastariam do astro e da proteção de sua luz e calor. A escuridão seria uma ameaça à colheita e traria as mazelas da fome. A cerimônia acontecia então na atual Plaza de Armas de Cusco. Os índios contavam nove dias de jejum antes da cerimônia, depois rendiam-se a dias de festa. Até que em 1572, a Inti Raymi foi proibida pela coroa espanhola por ser considerada profana.

Hoje, a data é um marco no calendário peruano. O local da festa, a Fortaleza de Saccsayhuaman, é um exemplar significativo da magnitude da arquitetura inca, tendo sido construída em pedra. O soberano inca, principal personagem da festa, desfila pelas ruas carregado em uma liteira. Na Plaza das Armas, todos são convidados a participar da cerimônia em busca de prosperidade para o povoado. Neste momento, há bailarinos e o cortejo de atores segue para a fortaleza.

Quando o grupo chega a Saccsayhuaman, o lugar já está repleto. O inca sobe ao Usnu, uma espécie de altar, e estende os braços para o horizonte em homenagem ao Sol. Ele faz então um pronunciamento em língua quíchua. O ritual representa um pedido ao deus Sol para que purifique a vida e afaste os males.

Um dos pontos altos da festa é o sacrifício de uma lhama em homenagem ao deus Sol. Os sacerdotes que participam da encenação lêem nas vísceras do animal a sorte do povo no novo ano. Todos bebem bastante, o que ajuda a suportar o frio da região, que fica a mais de 3.000 metros acima do nível do mar. A cerimônia de Inti Raymi dura três horas.

Foto Festa do Sol: sobre-peru.com

A metrópole mais indígena da América é a capital mais alta do mundo

Imagem de La Paz, capital mais alta do mundo

Ao percorrer as ladeiras da capital mais alta do mundo, fica evidente o que está por trás desse relato da Bolívia: O fato de ser um dos países mais pobres do continente contrasta com a riqueza cultural, os sítios arqueológicos e as tradições milenares. La Paz conquista os turistas com os contrastes, dessa que é a metrópole mais indígena da América Latina. A capital boliviana está localizada no oeste do país, no meio da Cordilheira dos Andes, a uma altitude de 3660 metros. Sua população gira em torno de 2 milhões de habitantes. Do alto do mirante Killi Killi, a vista panorâmica tira o fôlego de qualquer viajante. A cidade é repleta de casas com tijolos expostos, além de ser cercada de picos e montanhas nevados.

Tradição e modernidade convivem lado a lado em La Paz. Basta circular pelas ruas para ver as cholas, mulheres de tranças longas que usam chapéus e saias coloridas passeando por áreas repletas de arranha-céus de vidro e aço e cercadas de carros importados. Restaurantes de fast-food e lojas de marcas são, assim como em qualquer outra grande cidade do mundo, encontradas facilmente em La Paz. Atualmente, mais da metade da população boliviana é constituída de índios de mais de 30 etnias, especialmente os aimarás.

Para praticar algum esporte na capital boliviana, é necessário mascar as folhas de coca para evitar o mal estar típico provocado pela altitude. Embora haja tentativas maldosas de demonizar seu uso e associá-lo ao tráfico de drogas, a planta é utilizada de forma medicinal e religiosa há milhares de anos pelas culturas andinas. É possível comprar um saco cheio de folhas de coca por preços baixos em algumas barracas que se espalham pelas calçadas de La Paz. Ao sentir o soroche, aquela sensação ruim que provoca indisposição, a dica é não pensar duas vezes e mascar a folha. Outra idéia útil para quem visita esse tipo de lugar é dar preferência aos alimentos ricos em ferro, para melhorar na produção de glóbulos vermelhos do sangue, os responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo humano.

As ladeiras empedradas, construídas pelos colonizadores espanhóis, no centro de La Paz, também exigem bom preparo físico para serem percorridas. É possível encontrar diversas lojas de artesanato, cafés e restaurantes na subida íngreme da Sagárnaga.

Mochileiros de plantão que estiverem a fim de se aventurar pelas encostas íngremes dos Andes até a floresta montanhosa podem percorrer um trajeto de bicicleta. A transição gradual das paisagens naturais termina na floresta Amazônica boliviana. Esta é a famosa Rota da Morte, oferecida também pelas agências de turismo do Brasil. Para quem gosta de aventura radical, a dica é perfeita. Basta apenas ser prudente durante o trajeto. 

Foto: b00nj no Flickr 

Mendoza: uma parada obrigatória na região do Cuyo

Lago no Parque San Martín na cidade de Mendoza

A mais de 700 km de Buenos Aires, Mendoza está localizada na região de Cuyo, perto da fronteira com o Chile, e está aos pés da Cordilheira dos Andes. A cidade é outra opção turística para quem quer conhecer um pouco mais o território argentino.

Mendoza também é muito famosa pode ser a região onde está localizada a maior quantidade de vinícolas no país. São mais de mil bodegas, correspondendo 70%  da quantidade nacional.

Caminhos do Vinho é uma das principais atrações da cidade. O visitante conhece vinícolas e adegas da região, além de fazer degustações. O que há mais na cidade são opções de roteiro de vinhos. Ainda nessa linha, o Museu do Vinho San Felipe MonteCasedor é outra alternativa para conhecer mais sobre as bodegas  da região.

A Plaza Independencia também deve fazer parte do roteiro. É uma grande área de jardins que está localizada no centro histórico. O Parque San Martín é outra opção. No local há uma elevação onde o visitante tem uma bela vista da cidade e dos Andes.

Um ponto turístico muito famoso de Mendoza são as Ruínas de San Francisco Videla Castillo. São as ruínas de uma igreja e escola usadas por padres jesuítas, em 1767. Depois as construções foram ocupadas pela Ordem Franciscama, e hoje o local está aberto à visitação. A Basílica de San Francisco também vale a pena ser visitada. É a igreja favorita dos mendocinos.

Como ir:

TAM e Aerolíneas fazem voos para a cidade. No Decolar.com, estão disponíveis informações sobre passagens e horários da companhias aéreas.

Quando ir:

O clima em Mendoza é ameno o ano inteiro, logo em qualquer período, o visitante podera aproveitar a cidade. O cenário da região também fica muito bonito entre outubro e maio, quando há flores e frutos, além de ser a época da plantação de uva.

Onde ficar:

O Bohemia Hotel Boutique está localizado no bairro de Granaderos. A acomodação é um casarão antigo que foi reformado e que tem vista para a Cordilheira dos Andes. Eles está perto de bares e restaurantes, além de estar próximo do Parque San Martín e a 15 minutos da Plaza Independencia.  O hotel também oferece roteiros de vinho para os hóspedes.

Visto:

Como a Argentina faz parte do Mercosul, brasileiros não precisam de visto e podem viajar sem passaporte, basta apresentar a carteira de identidade.

Foto: mewd no Flickr