
O Estado de São Paulo já foi o maior produtor de cafezais do país, hoje é somente o terceiro ficando atrás de Minas Gerais e Espírito Santo. A escravidão e a política café com leite já acabou, mas as fazendas da época do auge do grão ainda continuam produzindo, afinal, representam uma grande porção de terra que não pode ficar improdutiva. Ao todo existem treze fazendas históricas reconhecidamente pelo Estado (Associação Fazendas Históricas Paulista).
Elas continuam tendo proprietários, produzindo café e sendo hotéis fazenda. Não bastasse isso, as fazendas também abrem as portas para demonstrar parte do passado rural paulista, este fato atrai turistas de mundo inteiro. É como se fosse um museu que se estende por diversas cidades interioranas. Para quem mora na capital paulista e quer escapar da metrópole mais agitada do país esta é uma grande solução para um repouso rural cultural. Não há nada mais revigorante do que sentir o cheiro do campo, pisar na terra fresca, enfim, voltar às raízes e ao mesmo tempo, aprender um pouco mais sobe a história do país.
Existem diversos artefatos da época áurea do café organizados ao redor dos cafezais. Conhecer estas fazendas cavalgando tranquilamente em cima de cavalos mansos causa um sentimento nostálgico. A própria estrutura dos grandes casarões ainda traz o traço e o cheiro da época que o fruto era a principal commodity nacional. A maioria das propriedades foi construída por volta do início do séc.18.
As senzalas ainda são conservadas, também os cômodos, móveis, dormitórios. Esteja certo que no mínimo algum duque ou duquesa já repousou no local. É mais ou menos como dormir em um museu. Na estrutura arquitetônica da casa é muito difícil encontrar ferros e pregos, ela é constituída basicamente por barro e madeiras que se encaixam entre si. Não há grades nas janelas, em lugar deles existem diversos bambus que auxiliam a proteção das crianças e ao mesmo tempo caracterizam muito bem a época imperial.
O destaque entre as fazendas no que tange ao cenário histórico e a infra-estrutura oferecida para o turista é a Santa Gertrudes, localizada em Limeira. Ela foi fundada em 1854 pelo Barão de São João do Rio Claro. O local já foi usado até como cenário de novela televisiva. “A sede estava abandonada e tinha uma manutenção caríssima. Para arcar com os custos nós passamos a abrir para visitação. Mas isso se tornou muito importante para nós porque é uma atividade que preserva tanto a parte histórica quanto o meio ambiente. É a preservação de um patrimônio histórico. Se não fizéssemos isso, a única opção seria demolir”, é que diz Luis Filipe Botelho de Medeiros, proprietário da fazenda Santa Gertrudes.
Outros tipos de atividades realizadas na fazenda Santa Gertrudes: Pedagógicas, cinematográficas, empresariais, convenções, esportes radicais, aniversários, casamentos, Aproximadamente 30% dos visitantes são estrangeiros. A fazenda está adaptada com diversos itens modernos, como piscinas e salão de jogos estruturados, porém, o caráter de séculos atrás ainda permanece. Este é o clima eterno do ambiente natural do local.
Foto: daniel Andión no Flickr