
Segundo a Agência Europeia de Controle de Fronteiras o brasileiro foi a nacionalidade mais barrada nos aeroportos europeus no ano passado. O recorde aconteceu na Espanha. Apesar da imagem positiva do país e dos turistas brasileiros que gastam mais no exterior do que estrangeiros no interior, o mesmo sucesso não ocorre na hora de receber estrangeiros brasileiros na Europa. As leis estão cada vez mais pesadas, mudam completamente, é necessário ficar bem atento antes de seguir rumo ao velho continente.
Sem dúvidas que a crise mundial é uma grande justificativa para as recusas. De certa fora o Brasil é estereotipado como um país que exporta sua força-de-trabalho. Muitos brasileiros alegam que vão desembarcar na Europa para turismo quando na verdade almejam permanecer em busca de oportunidade de trabalho mais qualitativa.
Através de Portugal os brasileiros entram sem vistos e ficam praticamente a dois passos da Espanha, onde normalmente se instalam, trabalhando informalmente na clandestinidade – principal explicação à elevação do índice e maior controle principalmente em terras espanholas.
Sendo que grande parcela acaba exercendo atividades ilícitas, o que faz as autoridades locais ficarem ainda mais atentas. Vale ressaltar também que as passagens para Espanha estão ficando mais baratas, outro ponto que também explicita o rígido controle. Aproximadamente 1/3 das barragens em toda Europa contra brasileiros aconteceu nos aeroportos espanhóis (quase 1.800 dos 6.872)
A liderança também ocorre na França, com 673 casos. Vale ressaltar que o levantamento é realizado anualmente desde 2008, sendo que o Brasil liderou o ranking todos os anos. Os vistos para brasileiros consequentemente também diminuem. A viagem internacional em busca de uma nova oportunidade já não é mais tão atrativa a não ser que existam garantias cristalinas no projeto.
O Brasil lidera com 12% de barragens por vias aéreas. Muitos especialistas brasileiros dizem que a situação está arbitrária, mesmo quem procura a Europa para estudar, com todos os pré-requisitos prestados, estão voltando. Não existem muitas regras corretas. Em muitos casos, mesmo o dinheiro pode não ser a grande solução.
Os paradoxos são interessantes quando imaginamos que o país está recebendo enormes investimentos de empresas multinacionais europeias, em grande parte da Espanha como a Telefônica entre o setor de comunicação. Se os investidores confiam no país para investir, o Estado maior da Europa não permite a entrada de mão-de-obra com facilidade.
Diversos trabalhadores europeus desembarcam em terras tropicais para representar os investimentos. Com o crescimento do desemprego na Europa, pragmaticamente não existe outra solução se não expandir os ares para os mercados mais emergentes.
Foto: Giorgio Frasca no Flickr