A metrópole mais indígena da América é a capital mais alta do mundo

Imagem de La Paz, capital mais alta do mundo

Ao percorrer as ladeiras da capital mais alta do mundo, fica evidente o que está por trás desse relato da Bolívia: O fato de ser um dos países mais pobres do continente contrasta com a riqueza cultural, os sítios arqueológicos e as tradições milenares. La Paz conquista os turistas com os contrastes, dessa que é a metrópole mais indígena da América Latina. A capital boliviana está localizada no oeste do país, no meio da Cordilheira dos Andes, a uma altitude de 3660 metros. Sua população gira em torno de 2 milhões de habitantes. Do alto do mirante Killi Killi, a vista panorâmica tira o fôlego de qualquer viajante. A cidade é repleta de casas com tijolos expostos, além de ser cercada de picos e montanhas nevados.

Tradição e modernidade convivem lado a lado em La Paz. Basta circular pelas ruas para ver as cholas, mulheres de tranças longas que usam chapéus e saias coloridas passeando por áreas repletas de arranha-céus de vidro e aço e cercadas de carros importados. Restaurantes de fast-food e lojas de marcas são, assim como em qualquer outra grande cidade do mundo, encontradas facilmente em La Paz. Atualmente, mais da metade da população boliviana é constituída de índios de mais de 30 etnias, especialmente os aimarás.

Para praticar algum esporte na capital boliviana, é necessário mascar as folhas de coca para evitar o mal estar típico provocado pela altitude. Embora haja tentativas maldosas de demonizar seu uso e associá-lo ao tráfico de drogas, a planta é utilizada de forma medicinal e religiosa há milhares de anos pelas culturas andinas. É possível comprar um saco cheio de folhas de coca por preços baixos em algumas barracas que se espalham pelas calçadas de La Paz. Ao sentir o soroche, aquela sensação ruim que provoca indisposição, a dica é não pensar duas vezes e mascar a folha. Outra idéia útil para quem visita esse tipo de lugar é dar preferência aos alimentos ricos em ferro, para melhorar na produção de glóbulos vermelhos do sangue, os responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo humano.

As ladeiras empedradas, construídas pelos colonizadores espanhóis, no centro de La Paz, também exigem bom preparo físico para serem percorridas. É possível encontrar diversas lojas de artesanato, cafés e restaurantes na subida íngreme da Sagárnaga.

Mochileiros de plantão que estiverem a fim de se aventurar pelas encostas íngremes dos Andes até a floresta montanhosa podem percorrer um trajeto de bicicleta. A transição gradual das paisagens naturais termina na floresta Amazônica boliviana. Esta é a famosa Rota da Morte, oferecida também pelas agências de turismo do Brasil. Para quem gosta de aventura radical, a dica é perfeita. Basta apenas ser prudente durante o trajeto. 

Foto: b00nj no Flickr 

Salar de Uyuni: onde o céu e a água se encontram

 

Salar de Uyuni

A cidade de Uyuni fica a mais de 3500 metros acima do nível do mar em pleno território boliviano. E é o destino de mochileiros e turistas ávidos para conhecerem Salar de Uyuni, um lago coberto de sal, com mais de 12 mil km2. A paisagem é famosa por parecer que o céu e o solo se unem, e a linha tênue de água que a cobre dá a ilusão de que as pessoas estão literalmente sobre ela.

Uyuni é uma cidadezinha do interior da Bolívia, ao sudoeste do país. Ela se transformou em um ponto turístico por conta do Salar, que também está perto da Cordilheira dos Andes. Para chegar à cidade os turistas têm que fazer uma viagem por terra. A maioria fecha pacotes com agências, devido a distância. Por exemplo, uma viagem saindo da capital, La Paz, até a cidade dura cerca de 10 horas.

Salar de Uyuni é o maior deserto de sal do mundo. Nele há pequenas ilhas de sal e a mais famosa é a do Pescado. O local é um lago pré-histórico que secou. Agora ele tem uma fina camada de água entre 10 e 30 cm, dependendo do lugar, e que funciona como um espelho. Ela reflete o céu, dando a ilusão de que a planície e o céu são uma única coisa.

A cidade vive de turismo e extração de sal. E os flamingos são as principais atrações da região. O Vulcão Tunupa e as Galaxias, covas com múmias pré-históricas são outras opções de roteiro. O clima local é típico de um deserto, com temperaturas podendo chegar aos 42ºC durante o dia, e a 0ºC à noite.

Como ir:
Por ser no interior, não há um voo direto do Brasil para a cidade. Quem vai a Uyuni normalmente fecha no país um pacote com agências, como o Imperio Inca que oferece viagens saindo de La Paz, San Pedro ou Salta.

Quando ir:
A única época que deve ser evitada é o verão, pois é uma estação chuvosa no país. Quem for no inverno deve ir preparado para aos baixas temperaturas, devido Uyuni estar localizado em uma região alta.

Onde ficar:
O Hotel Luna Salada é famoso na cidade por ser feito também de sal. E a vista dos quartos é voltada para o Salar de Uyuni.

Visto:
Turistas brasileiros não precisam de visto entrar no país e com estadia de até 90 dias.

Foto: phillie casablanca no Flickr